quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

O DESCONHECIDO



Uma noite de céu sem nuvens e lua clara
Amanda passeava sem rumo
Pelas areias da praia
Com seus pés descalços
Vento batendo nos longos  cabelos
Que seguiam o curso do vento.
Era uma morena que se destacava
Uma beleza que se diferenciava.
Sorriso fácil, olhar brejeiro
Bonito cadenciado dos quadris
E passos que se mantinham no prumo.
A noite não era tão silenciosa
Pois o barulho constante do mar
Mesclava com o doce cantar do vento.
Ao longe ela pode ver
Sobre a areia, algo diferente
Do que ali para ela era comum.
Sentiu o coração mais forte bater
E com andar ligeiro,
Com uma mistura de medo e curiosidade
Foi se aproximando.
E quando estava a poucos passos,
Pode ter certeza que ali havia alguém caído na areia.
E ao se ajoelhar para poder melhor observar
Notou que era um homem ainda jovem
Com cabelos ligeiramente longos
Barba por fazer,
Apesar de muito bem arrumado,
Estava todo sujo e encharcado.
Amanda pode ver que no braço
Daquele estranho
Perto da mão, quase no punho
Que, aliás, era um braço bem forte,
Parecendo de aço,
Havia um corte
Que o tinha feito perder muito sangue.
Respiração difícil, pulso fraco,
Mesmo não sendo especialista,
A bela garota sabia que ele não sobreviveria
Se permanecesse  ali deitado na areia.
Com mistura não mais de medo,
Mas decisão e uma pontada de incerteza
Retirou dos olhos seus longos cabelos de sereia
E correu para buscar ajuda.
E não custou ao mesmo local retornar
Trazendo  pessoas para lhe ajudar
Porém para sua surpresa e mais ainda dos demais
No lugar não tinha nenhum vestígio
Que ali havia estado um homem ferido.
Nada se encontrava a não ser uma imensidão de areia
Iluminada, agora mais que antes, pela luz branca da lua.
O rapaz de alguma forma dali havia sumido.